Um componente fundamental para a cana é a linha, o fio sobre o qual devem ser empatados os anzóis para lançar para onde se pensa que o peixe anda a comer. Elemento fácil de escolher, tendo em conta o tipo de pesca que se quer realizar, mas no entanto delicado de tratar; o pescador completamente confundido durante uma recuperação devido a uma linha toda emaranhada é uma imagem clássica que provoca cruéis comentários de quem não está envolvido nesta atividade desportiva.
De facto, a utilização de uma linha de pesca exige alguma habilidade manual sem a qual dificilmente se será bem sucedido.
As operações mais delicadas não são apenas as iniciais de preparação do carreto ou de montagens e ligação entre diferentes linhas, ou entre a linha e os anzóis (estas últimas operações exigem sobretudo a capacidade de realizar nós de um tipo específico), mas particularmente as ligadas ao lançamento e à recuperação. Apenas o treino, diferente para cada estilo de pesca e a ser efetuado no terreno, permitirá tornar fáceis e naturais estas operações.

As linhas e as baixadas
Na pesca com cana empregam-se sempre dois monofilamentos de nylon com diâmetros diferentes entre si. Se se utiliza a cana de pesca direta à francesa haverá uma linha madre, chamada também, linha principal (tão longa quanto a cana e de diâmetro mais consistente) e a baixada ou linha terminal, um pouco mais fina e cujo diâmetro será de acordo com o tipo de peixe que se pretende pescar, às condições da água, etc. Se, pelo contrário, se optar por uma cana com carreto, a linha madre principal (de maior diâmetro) será a que se enrola em torno da bobina e a linha terminal da baixada, mais fina, será ligada àquela preferencialmente através de um destorcedor.
A linha
Flexibilidade, elasticidade, segurança, diâmetro constante ao longo de toda a bobina: são estes os requisitos principais a ter em conta na escolha de uma boa linha ou de um fio de nylon e geralmente tais requisitos são garantidos pelo fabricante. Vale a pena confiar nos melhores, aqueles que possuem uma longa tradição e estão à altura de fabricar linhas para todas as situações. Todas as linhas ou fios vêm identificados com um número que indica o diâmetro em milímetros (1; 0,30; 0,15…).
Geralmente a linha que vai desde os 0,15 aos 0,08 mm é utilizada na pesca à boia, enquanto para a pesca ao fundo se recorre a linhas com diâmetros maiores (0,30, por exemplo). A escolha do diâmetro, depende, porém, também da dimensão do peixe que se pretende capturar ou do tipo de isco que se quer lançar. Uma linha de 0,08 mm de boa qualidade está em condições de suportar uma presa de cerca de quatro centos gramas, mas tudo se complica se ao peso acrescentamos a combatividade do peixe que teve a desventura de comer o isco: uma linha demasiado rígida, por exemplo, na fase da recuperação tende a esticar em demasia e perder resistência. Para lançar um isco que pese cinquenta gramas, é aconselhado um diâmetro de linha na ordem dos 0,40, enquanto para um isco que pese exatamente metade é suficiente uma linha com 0,18; é oportuno recordar que durante a fase de lançamento um diâmetro reduzido permite geralmente maior facilidade nos lançamentos.
A linha principal e a baixa terminal
A linha de uma montagem é sempre composta por duas secções diferentes: a linha (mestra), chamada também corpo principal, está enrolada à bobina do carreto ou então empatada à ponta da ponteira de uma cana direta de francesa e a baixada terminal, por alguns chamada também de empate terminal ou final, representa a parte final da montagem onde se empatada o anzol, ligada à primeira através de um nó especial ou de um elemento de ligação como, por exemplo, um destorcedor.
Em ambas as linhas de nylon, ou de um outro material, na quase totalidade dos casos, a linha madre principal e a baixada terminal possuem sempre espessuras diversas: o diâmetro de uma baixada terminal é sempre inferior em pelo menos duas centésimas de milímetro em relação à da linha madre principal (a uma linha de 0,12, e por ai fora).
O corpo de linha principal é além disso muito mais longo que a baixada terminal e isso parece mais óbvio numa cana de lançamento; a bobina de um carreto pode efetivamente atingir os 100 metros de comprimento; parece menos evidente numa cana de francesa onde a primeira secção é de dimensões variáveis, mas indubitavelmente reduzidas.