Não existem grandes diferenças entre as canas de pesca que se usam para a pesca no mar e as utilizadas para pesca em água doce. Muitos pescadores desportivos, de resto, usam a mesma cana em ambas as situações.

As canas de pesca podem subdividir-se em duas grandes famílias: as canas diretas sem passadores e as canas com carreto.

As canas de pesca direta à francesa

Rígidas ou flexíveis, de dimensões diversas (desde um a onze metros de comprimento), formadas por um número variável de elementos (desde três a sete ou oito) fabricadas em fibra de vidro, derivados de fenol, carbono, grafite, boro, entre outros. As canas de pesca diretas à francesa existentes no mercado devem ser escolhidas tendo em conta o fim a que se destinam.

Outra questão importante é o momento da ferragem, ou seja, o delicadíssimo momento em que se estabelece contato com o peixe que morde o isco.

As canas mais flexíveis, que são aquelas que se curvam docemente, principalmente na parte terminal ou ponteira, permitem uma ferragem suave, não particularmente rápida, e revelam-se adaptadas à captura de peixes de grande porte, bem como ao lançamento das baixadas e montagens que estejam equipadas com boias muito leves.

Canas de Pesca

As canas de pesca mais rígidas, pelo contrário, permitem-nos uma ferragem rápida e decidida e estão bem-adaptadas à pesca de exemplares de pequeno ou médio porte.

Importante nas canas de pesca diretas à francesa é pois então a ação, ou seja, ou modo como reagem quando o peixe come o isco e fica preso ao anzol. Não nos esqueçamos de que a cana é comporta por diversos segmentos. Estes vão desde os mais grossos na base até aos mais finos na extremidade da ponteira e poderão ter maior ou menor flexibilidade e rigidez. A ação da cana será então rígida ou flexível.

A ação rígida, dita também de >>ponta<<, é a de uma cana que, graças à rigidez da ponteira e do segmento imediatamente a seguir, ajuda a ferrar o anzol. São segmentos centrais, neste género de cana, os que se dobram sobre si mesmos perante a fora do peixe.

As canas de ação flexível, são as que possuem, seja o segmento da ponteira, seja o imediatamente abaixo, muito sensibilidade: permitem uma ferragem delicada, mas não uma recuperação veloz, como o caso de ação rígida.

É obvio que, entre estas duas ações de base, existem uma ampla gama de outras ações intermédias. A ação rígida ou de ponta, mesmo na sua conceção intermédia, é provavelmente a mais difusa porquanto consente ferragens velozes e, no momento de o peixe comer o isco, tem um comportamento amortizador dos segmentos centrais que se curvam o suficiente. Com este tipo de ação, emprega-se fio menos fino do que se usa com ações flexíveis.

Canas de Pesca

A cana de pesca de carreto

Para alongar ainda mais a montagem na direção da água, para atingir mais facilmente mente o ponto desejado e para praticar técnicas de pesca mais adequadas ao comportamento dos peixes, somos de vez em quanto obrigados a usar a chama cana de lançamento, ou cana com carreto, tecnicamente mais elaborada que a cana direta à francesa e de utilização claramente mais diversificada deverá fazer a escolha mais adequada à situação em causa recorrendo, eventualmente, aos conselhos de pescadores mais experientes ou então depois de ter observado atentamente tudo o que está disponível no mercado e mundo da pesca.

Os materiais com os quais estas canas são concebidas hoje em dia não são muito diferentes daqueles que são usados nas canas diretas à francesa, das quais são parentes mais sofisticados., já que devem ser equipados com um carreto.

Sem pretender esgotar o assunto, dada a enorme diversidade das canas de pesca existentes, vale a pena enumerar algumas tipologias às quais deve ser dada alguma atenção na hora da escolha, não sem antes deixar de salientar que a cana e carreto são elementos que devem estar em equilíbrio entre sí para que se possa obter os resultados desejados.

Canas de Pesca

Encaixe ou Telescópica?

As canas de pesca telescópicas têm elementos ou segmentos que entram uns dentro dos outros de forma a constituírem um elemento único com uma tampa de borracha que fecha a base da extremidade mais grossa. A extremidade superior ou topo, a mais fina, é a ponteira à qual se empata a linha ou baixada.

As canas de encaixa são compostas de segmentos que se encaixam uns nos outros através de pressão. Muito menos difundidas que as canas telescópicas usam-se principalmente nas provas desportivas de competição onde se recorre a ações muito particulares.

Cana de pesca bolonhesa

Assim chamada por ter sido produzida inicialmente na cidade de italiana de Bolonha; a bolonhesa, em tempos construída com material natural, é agora concebida com fibra de vidro, mais económica, ou fibra de carbono, mais leve e manuseável, mas sem dúvida mais cara.

Flexível, leve e, assim, sem qualquer tipo de acessórios metálicos; tubular, comprimento entre os três e os oito metros, é composta de secções telescópicas de comprimento variável, sobre as quais são montadas as argolas guia-fios por onde corre a linha ou fio de nylon. A secção da ponteira está dotada de uma extremidade muito fina, mas em simultâneo muito resistente.

Completa a cana um porta-carretos de rosca ou de outro tipo qualquer, geralmente fixado a cerca de cinquenta centímetros da base, que tem a função de fazer a ligação do carreto à cana.

Canas de Pesca

Cana de pesca Carpfishing

Também conhecida como cana ferrarese ou vigevanese, deve o seu nome em italiano à localidade onde o seu uso é particularmente desenvolvido e é utilizada principalmente para a captura de exemplares de média ou grande dimensão.

A característica fundamental deste tipo de cana é o seu comprimento, que varia entre os três e os três metros e meio; a elevada dimensão do cabo, que serve para lançar com as duas mãos; a sua rigidez, necessária para ferrar melhor a presa; os anéis guia-fios possuem dimensões consideráveis para favorecer o deslizar da linha, seja durante a fase do lançamento, seja durante a recuperação.

Cana de lançamento para pesca ao fundo

Comprimento entre dois a quatro metros, sensivelmente; sólida para consentir seja o lançamento de uma baixada equipada com uma chumbada pesada, seja a recuperação de exemplares de grandes dimensões, a cana de lançamento para a pesca ao fundo é formada por diversas secções encaixadas entre si e pressionadas por resistentes aros metálicos e ainda equipadas com argolas guia-fios de consideráveis dimensões de forma a favorecer a distância do lançamento.

Os especialistas dividem estas canas em três categorias: para a pesca pesada; para a pesca média e para a pesca ligeira. As primeiras, que podem ser curtas e muito rígidas, servem para pescar nas águas profundas com correntes velozes de cursos de água estreitos, habitados por exemplo por barbos e esturjões, enquanto as de comprimento superior a três metros e meio são usadas em águas mais amplas. Devem ser usadas principalmente na pesca de mar.

Para pescar exemplares de médias dimensões, usam-se geralmente canas com comprimento de dois metros e meio, algo rígidas e com a ponteira em fibra de vidro; para capturar ao fundo exemplares de pequenas dimensões, recorre-se ao contrário a canas com mais de três metros embora flexíveis.

Canas de Pesca

O comprimento ideal

A cana direta à francesa para a pesca à boia à deriva varia muitíssimo no que diz respeito ao seu comprimento. Escolheremos o comprimento da nossa cana de francesa em função da distância à qual formos obrigados a colocar a baixada e o isco. Se pescarmos num curso de água muito amplo, ou numa albufeira, deveremos recorrer a uma cana direta a mais longa possível. Cada marca de canas oferece uma gama completa de comprimentos cujos modelos variam entre si na ordem dos 50 centímetros.

Cana de pesca spinning

Spinning (to spin em inglês significa fazer girar vigorosamente), é o termo técnico utilizado para indicar este tipo particular de pesca a ser realizada com uma cana dotada de um carreto que pressupõe o uso de um isco artificial rotativo ou ondulante; de origem inglesa, a cana para o spinning, pode ter diversas dimensões: as canas para o lançamento ultraligeiro (os iscos não ultrapassam os três gramas de peso) são finas, flexíveis e andam à volta dos dois metros e vinte centímetros de comprimento; as canas para o lançado ligeiro (os iscos não superam as oito gramas) são mais curtas, não ultrapassando o metro e meio de comprimento e são formadas geralmente por duas peças de dimensões diferentes; as canas para o lançado médio (o isco não ultrapassa as vinte e cinco gramas), normalmente formadas por duas secções com idênticas dimensões, atingem em média os dois metros e vinte de comprimento e são dotadas de ponteira flexível que permite o lançamentos precisos e bastante longos; as canas para a pesca de lançamento pesado (o isco supera os trita gramas de peso) possuem um cabo longo com pelo menos sessenta centímetros e atingem em geral os três metros e sessenta centímetros de comprimento.

Canas de Pesca

Cana para pesca à mosca

Cabo em cortiça; anéis guia-fios em serpentina; dimensão variável tendo em conta o plano de água em que se vai pescar; porta-carretos ligeiríssimo: são estes os elementos que identificamos neste tipo de cana, que deverá garantir lançamentos precisos a distâncias nem sempre próximas.

A mais usada em Portugal

As canas para a pesca com mosca artificial mais usadas em Portugal são aquelas que possuem ação de ponta e que permitem lançamentos longos e loops apertados (o loop é a curva que na fase de lançamento a >>cauda de rato<< realiza no ar). As canas com ação parabólica (as melhores para quem se está a iniciar neste estilo de pesca) são as ideais para os lançamentos médios. Aquelas cuja ação central as fazem dobrar pelo meio são hoje em dia pouco utilizadas.

As canas para este género de pesca, que tem origem inglesa, medem-se em pés e vão desde os 7 pés (cerca de 2.10 m) aos 10 pés (3 m). É visivel nestas canas o símbolo # seguido de um número: assinala o peso máximo da >>cauda de rato<< a utilizar.

Cana para a pesca de barco

Embora provida de um carreto, a cana para a pesca de barco não está adaptada ao lançamento e tem como única função facilitar a ação de pesca, particularmente durante a fase de recuperação da presa. Requisito fundamental é a solidez, mas sempre associada a uma certa sensibilidade indispensável para absorver as arrancadas de algumas presas.

São constituídas por fibra de vidro, resina ou carbono e empunhadura ou cabo onde se pode fixar um carreto. Esta empunhadura é revestida de neoprene ou de pele e na sua parte final possui uma cruzeta colocada de forma a suster a cana bem como o permitir que se encaixa no cento apropriado ou então na cadeira de combate, segundo o tipo de barco e pesca que se faça.